terça-feira, 27 de setembro de 2011

O “atentando” do roqueiro Lobão contra a Globo.

Participando do projeto Café Filosófico, o roqueiro Lobão, contou os bastidores de um evento de menor repercussão, da eleição presidencial de 1989, uma das mais emblemática da história recente do nosso país. Com todo o espalhafato e deboche que lhe são peculiar, ele relembra sua participação no programa do Faustão, em pleno domingo de votação. Quebrando todos os protocolos globais, tocou músicas de protesto e pediu voto para o Lula (aquele de 1989) ao vivo, além de arrancar da platéia do programa um “olé olé olá, Lula, Lula!”

Abaixo, os dois vídeos. No primeiro, a histórica apresentação. No segundo, ele conta os bastidores desta apresentaçã, o que isso lhe rendeu e porque, mesmo sem “nunca ter sido Lula”, ele pediu votos para o nosso operário patrão. 








Um abraço fraterno,
Ricardo Cidadão  
Movimento Acorda Contagem!
ricardo18cidadao@yahoo.com.br

domingo, 18 de setembro de 2011

Especial de charges do mestre Angeli

Angeli é um dos cartunistas mais talentosos da grande imprensa nacional. Isso todo mundo sabe. Numa destas navegadas à deriva pela internet, encontrei este especial de charges do Angeli sobre a corrupção. É claro que me esbaldei.  Segue abaixo o link do site e algumas charges. 







Um abraço fraterno,
Ricardo Cidadão  
Movimento Acorda Contagem!
ricardo18cidadao@yahoo.com.br


sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Onde vai parar o dinheiro dos impostos administrado pela câmara de vereadores?







Ao ser reconduzido à presidência da câmara municipal de Contagem, o vereador Irineu Inácio, em seu discurso, assumiu publicamente o compromisso de que o cidadão seria a prioridade da sua gestão. Priorizar o cidadão — para além do assistencialismo praticado pela maioria dos vereadores — deveria ser a justa proposição de projetos (coisas sérias, e não os pedidos de capina e concessão de títulos de cidadão honorário) e principalmente a fiscalização das ações do executivo. Em outras palavras, trabalhar para o que foram eleitos – legislar e fiscalizar!

Há uma constatação de que, em todo o mundo, o legislativo se enfraqueceu perante o executivo, o que coloca em cheque a harmonia e independência dos três poderes propostas por Montesquieu. Se a câmara é fraca, a fiscalização das ações da prefeitura fica comprometida.

Como cidadão eu faço a minha parte. Protocolei na presidência da câmara municipal vários ofícios denunciando uma série de irregularidades, que vão da falta de médicos em postos de saúde, uso indevido das verbas de publicidade pela prefeitura, indícios de ilegalidade na concessão do estacionamento rotativo, a possível existência de atos secretos da gestão da prefeita Marília Campos e os atos ilegais de apostilamento, conforme já publicamos aqui no Blog (clique aqui)

Mesmo tendo entregado denúncias devidamente fundamentadas — o deferimento do ministério público sobre os atos de apostilamento é uma boa prova disso — nenhuma denúncia foi investigada pelo vereador Irineu, presidente da câmara, ou por qualquer outro vereador. Eu não fui procurado por nenhum parlamentar para que este pudesse se interar sobre este tema ou sobre as demais denúncias apresentadas. Coisa pouca, já que o Ministério Público recomendou ao município a revisão dos atos administrativos e a devolução dos valores pagos aos cofres públicos, dada a sua ilegalidade.  

Mais uma vez, protocolei em fevereiro deste ano um ofício solicitando que fosse marcada uma data para que eu pudesse utilizar a Tribuna Livre da câmara, para cobrar respostas às denúncias que apresentei e, novamente, o presidente da câmara ignorou o legítimo pedido deste cidadão que vos escreve.

Resguardado as raríssimas exceções que nos fazem confirmar a regra, os vereadores não representam os interesses da cidadania, pois, na prática, seguem as ordens da secretaria de governo, confundindo governabilidade com promiscuidade. Afinal o silêncio dos vereadores parece ser trocado por cargos na prefeitura e verbas para obras sociais como, por exemplo, a que é administrada pelo vereador Irineu, que recebeu R$300 mil reais da prefeitura de Contagem em janeiro de 2011 a título desuplementação”!?.

Não haveria um conflito ético e institucional neste relacionamento entre o presidente da Câmara e a prefeitura? Será esta a razão pela qual alguns vereadores de Contagem não cumprem seu papel constitucional de fiscalizar e legislar?

Com esta fusão do legislativo/vereadores com o executivo/prefeito(a), a câmara municipal se transformou numa caixa preta que também precisa ser fiscalizada. Os contagenses não podem mais ficar de joelhos para políticos que insistem em lógica política que remontam os tempos do império, onde o indivíduo era um servo e não um cidadão.

Fiscalizemos, pois, os fiscalizadores.
 
No site da câmara municipal de Contagem, há um link que nos direciona ao “Portal da Transparência” (clique aqui) do legislativo municipal, onde deveria constar a prestação de contas de cada centavo gasto por esta casa. Ao analisarmos o seu conteúdo (ou falta) fica impossível não lembrar as palavras do cientista político, historiador e professor da Fundação Getúlio Vargas/SP, Francisco Fonseca em seu artigo “A corrupção como fenômeno político” publicado na edição 50 do periódico Le Monde Diplomatique: “As informações, que deveriam ser públicas, como contratos estabelecidos entre o Estado e agentes privados, são de difícil acesso; a linguagem da administração pública continua hermética aos cidadão comuns, a começar pelo orçamento; os mecanismos do chamado “governo eletrônico” não são voltados ao controle do Estado – o que implica controle sobre o poder dos agentes privados, associados a burocracia e a segmentos dos políticos eleitos –, e  sim a prestação de serviços; o processo licitatório é flagrantemente burlado pela própria natureza oligopólica da economia brasileira.”

Num gesto de cidadania estou enviando hoje um ofício ao presidente da câmara, Irineu Inácio da Silva (Irineu ex-Funec), requerendo uma prestação de contas detalhada das despesas com o Poder Legislativo em nossa violentada Contagem, bem como do dinheiro que a prefeitura repassa para sua obra social. Afinal, somente sua gestão administrou milhões de reais que precisam ter sua destinação publicada detalhadamente e na forma da lei.










Um abraço fraterno,
Ricardo Cidadão  
Movimento Acorda Contagem!
ricardo18cidadao@yahoo.com.br

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Uma rápida quebra do nosso protocolo...

Dando uma “zapeada” na internet encontrei este vídeo. Dois clássicos do rock “swingados” com a magia do nosso samba. Foge só um pouco da nossa proposta, mas vai valer a pena. 





sábado, 3 de setembro de 2011

Para além da propaganda oficial (1)

Excelente matéria do jornal Hoje em Dia mostra o descontentamento da população com as falácias da prefeita Marília Campos. 



Orçamento Participativo de Contagem só para inglês ver


Em seis anos, quase metade das obras escolhidas pela população do município da RMBH não saiu do papel



Em 2005, o aposentado Antônio Ferreira Gomes, de 73 anos, participou da escolha das obras a serem contempladas na primeira edição do Orçamento Participativo (OP) em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Morador do Bairro Novo Progresso, ele votou na canalização de um córrego poluído, que daria lugar a uma via ligando a Rua 3 à Avenida das Bandeiras. Seis anos depois, o esgoto continua passando na porta da casa do aposentado. "A obra foi orçada em R$ 200 mil. Outras muito mais caras foram feitas. Para quê a gente vai continuar participando do OP, se não cumprem o que prometem?", questiona.

Hoje em Dia tentou falar, na quinta-feira, com a secretária-adjunta de Orçamento Participativo de Contagem, Letícia da Penha, mas ela não foi localizada por sua assessoria de imprensa. Por meio de nota, a secretaria afirma que das 116 obras escolhidas no OP desde 2005, 62 foram feitas. Na edição de 2010/ 2011, segundo o texto, estão sendo investidos R$ 16 milhões. No entanto, não foram informados o total de obras aprovadas no último biênio e quantas foram concluídas.

Mato, esgoto e lixo ocupam espaço onde deveria ter sido aberta, em 2005, 
uma via ligando a Rua 3 à Avenida das Bandeiras, em Contagem (Foto: Flávio Tavares)                        


Segundo lideranças comunitárias, a insatisfação das comunidades com o andamento das intervenções esvazia as reuniões convocadas pela prefeitura para votação das propostas a serem contempladas na edição de 2012/2013. A falta de interesse afastou, por exemplo, os moradores do Bairro Tropical, da Regional Petrolândia, do encontro feito no mês passado.


"Pouca gente participou. As pessoas estão desanimadas para votar, pois escolhas antigas continuam no papel. Só a turma ligada ao Governo municipal comparece", afirma o presidente da Associação Comunitária do Bairro Tropical (Ascotrop), Rui de Sena Paiva Filho.


Ele cita três obras aprovadas no OP de 2008/2009 que não foram feitas em bairros da regional. "A pavimentação de ruas do Solar do Madeira, uma passarela ligando o Beija-flor ao São Luiz e um Centro Municipal de Educação Infantil (Cemei), também no São Luiz".


Outro Cemei contemplado no OP, na edição de 2006/2007, deveria ter sido construído no Bairro Cândida Ferreira, na Regional Nacional. No entanto, o lote onde o prédio seria erguido está tomado pelo mato e pelo entulho de construção, segundo os moradores.


Ressaca tem 4 obras na gaveta


Na Regional Ressaca, que engloba 72 bairros, o descrédito da população com o Orçamento Participativo também é grande, segundo o diretor da Associação Comunitária da Vila União Pró Ressaca, Mosélio Silva Resende. “As poucas pessoas que vão às reuniões lutando por mais qualidade de vida estão cansadas de tantas promessas. Na minha opinião, estão atrasando as obras do OP para que elas fiquem prontas no ano que vem, quando haverá eleição municipal”.


Das cinco obras aprovadas para a Regional Ressaca no OP 2011, totalizando R$ 1,5 milhão de investimentos, quatro não foram iniciadas. Uma delas é a construção de uma área de lazer com pista de caminhada no Bairro Arvoredo, orçada em R$ 295 mil e eleita por 165 votos.


No terreno formado pelas ruas Magnólia, Acácia, Hibisco e Timburana há dois campos de futebol e o espaço está malconservado. “A promessa era de uma área de lazer com arquibancadas ao redor dos campos. Sem outra opção por perto, algumas pessoas fazem caminhada aqui, mas têm que pedir água nas nossas casas”, afirma o estudante Victor de Oliveira, de 16 anos, morador da Rua Magnólia.


Contenção de encostas é interrompida


Outras obras que não saíram do papel no Ressaca são o Cemei do Bairro Jardim do Lago (292 votos e orçado em R$ 750 mil), a quadra poliesportiva do Milanês (258 votos e R$ 141 mil) e a pavimentação de ruas no Oitis (191 votos e R$ 155 mil). A contenção de encostas e a criação de acesso a quatro setores da Vila Boa Esperança foram iniciadas, mas estão interrompidas desde maio.


Enquanto esperam pelas intervenções, as comunidades se mobilizam para não serem prejudicadas pela falta de estrutura urbana. “Vieram aqui e fizeram análises de topografia, mas não passou disso. A gente é que faz a capina e limpa o córrego, para que a enxurrada não entre nas casas na época da chuva”, diz o ajudante de eletricista Adilson Gangá de Souza, de 40 anos. Ele é um dos moradores do Novo Progresso que aguardam a canalização do curso d’água desde 2005.


Prefeitura nega desmobilização


A secretária-adjunta de Orçamento Participativo de Contagem, Letícia da Penha, não explica o porquê de 54 das 116 obras aprovadas desde 2005 (46,6%) não terem saído do papel. Em nota enviada ao Hoje em Dia, ela descarta a falta de interesse da população na aprovação das propostas do OP para 2012/2013. Ressalta que o processo de escolha pelos moradores “significa a implantação da democracia participativa no município e o exercício da cidadania”.
Promessa: terreno no Bairro Arvoredo deveria ter pista de caminhada e campo com arquibancada (Foto: Flávio Tavares)
                       


Segundo o texto, a principal reivindicação das comunidades é por obras de urbanização: foram feitas 18 no município, melhorando a estrutura de ruas e facilitando a mobilidade. As intervenções também teriam incluído reforço na iluminação, revitalização de córregos, construção de centros comunitários e contenção e tratamento de encostas.


Na área da educação, foram erguidos três Centros Municipais de Educação Infantil (Cemeis), escolas de Ensino Fundamental e salas multiuso. Também foram aprovadas a construção de parques e praças e obras de pavimentação e drenagem em vários pontos de Contagem.


Investimento maior a cada ano


“As intervenções estão em todas as (oito) regionais, concluídas ou em execução. São escolas, postos de saúde, centros culturais, praças, moradias e obras de infraestrutura que significam o desenvolvimento urbano e social, principalmente nas vilas e favelas”, informa o texto.


A secretária assegura que o investimento no OP aumenta a cada ano. Foram R$ 12 milhões em 2009 e R$ 16 milhões estariam sendo empregados em 2011. Segundo Letícia, a regional com maior população e menor renda média das famílias recebe maior aporte de recursos.